O canto e a existência

Marco Zago


Quem canta seus males espanta! Quem nunca ouviu esse simples e antigo provérbio? Com nossa atenção capturada para o sempre - e cada vez mais - novo é dificil nos determos nessas poucas palavras e refletirmos sobre o que pode se ocultar sob a simplicidade.

Também ouvimos repetidamente que a música é uma linguagem Universal. Linguagem Universal?  O que comunicaria uma linguagem Universal? De onde para onde?

Os antropólogos nos contam que não se encontra uma sociedade sequer, por mais simples que possa ser sua constituição, na qual não haja expressão musical acompanhada pelo canto.

Cantamos para celebrar.
Cantamos para homenagear.
Cantamos na alegria na tristeza, nascimento e morte.
Cantos para o sagrado.
Cantos para o profano.
Cantamos para comemorar mais um ano de vida.
Cantamos para lembrar e para esquecer.
Cantamos para tornar o trabalho árduo mais suportável.
Cantamos para ninar os pequenos na hora de dormir.

Versos e melodias marcam nossas vidas.

Músicas da infância.
Músicas da primeira dança, do primeiro beijo.
Músicas de festa.
Músicas que nos fazem viajar no tempo e nos trazem de volta momentos, flashes de nossa história, amigos, avós, pais...

Uma simples canção pode carregar em si, de uma maneira única, toda uma existência.

 
 
Da física sabemos que a música é o resultado de determinadas ondas sonoras chegando ao nosso cérebro.

Também nos dizem que onda é uma pertubação que se propaga, energia.

Isso tudo nos ensina a física, tudo que podemos saber sobre frequências e amplitudes, mas como entender a lágrima, a saudade, e cada emoção despertada por uma simples melodia?

O que há pode haver de tão especial na música que seja capaz de explicar sua onipresença?

Como todas as coisas que realmente valem a pena na vida, a música não pode ser entendida ou definida, somente vivida, este é o convite do Projeto Cântaro!

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